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Cidades

27/07/2018 13:33

Canalização de córrego está desmoronando em Cuiabá

Quatro anos após a Copa do Mundo de 2014, a obra de recuperação e revitalização do Córrego Mané Pinto, ao longo da Avenida 8 de Abril, entre os bairros Verdão e Porto, não foi concluída. Para piorar a situação, boa parte da canalização em concreto feita às margens do canal está desmoronando. Isso significa que o trabalho feito até o momento precisará ser refeito. 

A obra está parada e o valor final previsto é de R$ 26,71 milhões. “Se você observa, as margens do córrego são pura areia e, se não resolverem o problema antes de começar a chover, ficará cada vez mais perigoso por que a tendência é que a enxurrada leve mais material. O risco de desmoronar até parte da avenida é real”, disse o motorista Elisio Antonio de Jesus, 60 anos. 

Para ele, o problema é reflexo da falta de um projeto que realmente atendesse as normas técnicas ou boa execução de trabalho. “Até os gabiões que colocaram estão vindo a ruína, desmoronando. Isso é uma vergonha para quem executou o trabalho e para o Estado, que não fiscalizou a qualidade do serviço”, criticou. “Foi só dinheiro público jogado fora”, acrescentou. 

Procurada pela reportagem do Diário, a Secretaria de Estado de Cidades (Secid) informou que as obras de readequação da Avenida 8 de Abril foram paralisadas em março deste ano pela construtora Engeglobal, que alegou o não andamento dos trabalhos devido período chuvoso. Durante o período, o órgão estadual afirmou que notificou a empresa para retomada e conclusão dos trabalhos, porém sem êxito. 

A Secid destacou ainda que o contrato sofreu aditivo de mais um ano, com prazo limite até 31 deste mês para ser finalizado, mas sem impacto financeiro. Obviamente, o prazo não será cumprido e não há previsão para retomada dos serviços. 

Informou também que o contrato contou com aditivo de valor devido à revisão de projeto, que inclui toda a recuperação do fundo do córrego e paredes laterais. Até o momento, foram executados 67,3% dos serviços, sendo o valor do contrato final de R$ 26,71 milhões. 

A restauração do córrego fez parte do pacote de intervenções que deveriam ter sido entregues até o Mundial de 2014, ainda na gestão do ex-governador Silval Barbosa, preso em 2015 por corrupção, lavagem de dinheiro, dentre outros crimes. 

Mas, os trabalhos não foram concluídos. Em junho deste ano, a Engeglobal entrou com pedido de recuperação judicial e declarou ter R$ 48,7 milhões em dívidas com mais de 700 credores. Contudo, mesmo antes a empresa já havia deixado a obra. 

No geral, a obra contempla a urbanização do canal do córrego Manoel Pinto, a implantação do coletor tronco, calçadas, cinco rotatórias nos cruzamentos da avenida 8 de abril com as ruas: 13 de junho, Barão de Melgaço, Professor Ranulfo Paes de Barros, Senador Metelo, Tenente Thogo da Silva Pereira e mais um pontilhão para retorno à Rua Joaquim Murtinho. O comprimento total de obras é de 3,1 quilômetros. 

Diário de Cuiabá


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