Empresário revela que pagava "extra" para secretários a pedido de Taques
Paulo Brustolin recebeu R$ 500 mil de "luvas" e R$ 80 mil por mês; Modesto pegava R$ 25 mil mensais
Em delação premiada à Procuradoria Geral da República (PGR), o empresário Alan Malouf revela que efetuou pagamentos complementares de salário aos ex-secretários de Fazenda, Paulo Brustolin, e de Gestão, Júlio Modesto. Ele afirmou que os pagamentos ocorreram em 2014 a pedido do então governador eleito Pedro Taques (PSDB).
Malouf explica que ambos só aceitariam assumir os cargos se houvesse o “complemento salarial”, já que receberiam muito mais na iniciativa privada. Sendo assim, Taques pediu para ele organizar estes pagamentos a título de “empréstimo”.
Então, ele se reuniu com os empresários Marcelo Maluf, Erivelto Gasques e Juliano Bortoloto realizarem o pagamento da contrapartida.
O empresário explicou que Brustolin era um executivo da Unimed Cuiabá, que tinha uma renda mensal de cerca de RS 60 mil. Por isso, o executivo teria argumentado que só aceitaria assumir o cargo se houvesse a complementação.
“Para o secretário Paulo Brustolin foi pago a importância de R$ 500.000,00 (quinhentos mil reais) a título de luva para assumir o cargo e R$ 80.000,00 (oitenta mil reais) mensais no período de janeiro a dezembro de 2015”, explica Malouf em delação.
Além disso, a delação também descreve que Brustolin teria deixado o Governo no final de 2015 prevendo que ocorreria escandalos.
Já Modesto, recebeu RS 25 mil no período de janeiro a dezembro de 2015 a título de complemento salarial. Para o empresário, Júlio não deixou o Governo porque foi o “coração financeiro” da campanha do governador.
Entretanto, Malouf informou aos secretários que não faria mais o pagamento da contrapartida do salário. A justificativa do empresário descrita no texto delatado, é que não havia recebido os valores emprestados na campanha de Taques.
“Em dezembro de 2015, o Peticionante informou para Paulo Brustolin e Julio Modesto, que nào pagariam mais os valores a título de complemento de salário, eis que até aquele momento não havia recebido os valores aportados na campanha a título de empréstimo”, destaca mais uma parte da delação.
Malouf informou ainda que foi o responsável a comunicar o governador sobre a paralisação do pagamento aos secretários. “O governador concordou e afirmou ao Peticionante que iria encontrar uma solução para o problema junto a Paulo Taques”.